sábado, 8 de agosto de 2015

Persuasão

Persuasão. Do verbo persuadir. De acordo com o dicionário "levar (alguém ou a si mesmo) a acreditar, a aceitar ou a decidir (sobre algo); convencer; levar (alguém) a mudar de atitude."
Persuadir alguém quase sempre leva a mudança. De uma atitude, de um pensamento, de uma vida. Pode-se sair de algum lugar ou alguma situação com poder de persuasão, pois às vezes é preciso que sejamos convencidos - por alguém ou por nós mesmos. 



Anne Elliot foi levada a acreditar que seu amado não era bom o suficiente para casar-se com ela. Aceitou esse fato como se fosse verdade, sofreu e guardou para si todo o sentimento que tinha em si. Durante o desenrolar da história percebeu que somente ela poderia decidir sobre o seu destino. Oito anos se passaram para que Anne pudesse enfim ver-se dona das suas vontades e decidir com quem relacionar-se, levando em conta valores importantes para ela, e não para a sociedade na qual vivia. 



"Sentia que podia confiar muito mais na sinceridade
daqueles que às vezes faziam ou diziam algo de maneira impensada
e abrupta do que naqueles cuja mente fosse impassível,
que jamais pronunciavam uma palavra fora do lugar." 

Incrível como as minhas leituras geralmente andam em sintonia com a minha vida. E agora, qual será a próxima personagem de Jane Austen que irá me encantar? 

domingo, 17 de maio de 2015

Da beleza da dor.

Caleidoscópio. Amor. Beleza. Crianças. Educação. Natureza. Política. Saúde Mental. Religião. Velhice. Morte. 


Junte tudo isso e misture com a poesia e o dom de transformar simples palavras em sentimentos. O resultado é esse livro de Rubem Alves, Ostra feliz não faz pérola.

Acho incrível como algumas coisas parecem surgir na nossa frente no momento em que mais precisamos. Sorte? Destino? Vai saber... O fato é que foi numa tarde de muitas dúvidas, de pensamentos a mil e buscando referências para uma escrita importante que me perdi nas palavras iniciais desse livro. 

"Diferente da alegre música aquática, ela cantava um canto muito triste. As ostras felizes se riam dela e diziam: "Ela não sai da sua depressão..." Não era depressão. Era dor. Pois um grão de areia havia entrado dentro da sua carne e doía, doía, doía. Ela não tinha jeito de se livrar dele, do grão de areia. Mas era possível livrar-se da dor."

E junto com a ostra eu também fui me livrando da dor. E fui rindo, chorando, suspirando, me indignando, sonhando e cantarolando, até que cheguei ao final. É claro que ainda tenho dor (não nos livramos das nossas dores, as transformamos), mas também tenho mais um pouco de tudo que citei lá em cima, porque as palavras, quando ditas ou escritas com sentimento, ficam dentro da gente, de alguma maneira...
Sendo assim, penso que posso dizer: livro altamente recomendável para quem quer uma dose extra de sentimentos na sua vida. 


terça-feira, 28 de abril de 2015

Com a palavra, as crianças!



"Amor: o que cada coração reúne para dar a alguém."

"Ritmo: é quando uma pessoa dança conforme a música."

"Poeta: é qualquer pessoa que voa pelo ar."



Essa são só algumas das lindezas em forma de palavras que existem no livro Casa das Estrelas - O universo contado pelas crianças, do colombiano Javier Naranjo. O livro surgiu das definições dadas por seus alunos - entre 3 e 12 anos - ao longo dos 10 anos em que atuou como professor de espanhol, na zona rural de Rionegro, pequena cidade na Colômbia. 


O livro surgiu na minha vida no final de 2013, assistindo à um programa de televisão qualquer. Alguém citou o livro, eu na hora pesquisei e no final do dia estava na fila da livraria comprando-o. É uma obra rica em poesia e inocência, além de marcar uma época muito especial pra mim...

Algumas das definições fazem rir (Namorado/a: categoria mais baixa do casamento), outras fazem a gente imaginar em quais situações algumas dessas crianças viviam (Lar: é um inferno). 


Enfim, é um daqueles livros que deve ser consumido sem pressa, ao acaso, somente saboreando e absorvendo a simplicidade do pensamento das crianças. 

domingo, 19 de abril de 2015

A leveza de cada ser.

É incrível como Milan Kundera (República Checa, 1929) surgiu por acaso na minha vida e se tornou o autor de um dos meus livros preferidos. É sem dúvida a história que mais me tocou e me fez/faz pensar. É também a que mais releio: volta e meia me vejo relembrando alguma passagem do livro e relendo, tentando dar um novo sentido nas muitas páginas marcadas. Cheguei ao livro através de uma frase, frase essa que deve ser bem conhecida de muita gente:

"O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma multidão inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (esse desejo diz respeito a uma só mulher)."

Depois dela, vieram tantas outras e com tanto ou maior sentido pra mim. Recomendo demais a leitura, simplesmente porque vejo nele um romance histórico e libertador, romântico e sedutor. Uma contradição, pra mim, como o próprio nome. A insustentável leveza do ser, obra escrita pelo autor em 1982, trata das relações amorosas dos quatro personagens principais - Tereza e Tomas, Sabina e Franz - e de como tanto os acontecimentos históricos como os da vida de cada um interferem nessas relações. Minha edição é da Cia das Letras (Cia de Bolso), traduzido do francês. 

A insustentável leveza do ser
No ano de 1987, Philip Kaufman adaptou a obra para o cinema, com Daniel Day-Lewis e Juliette Binoche nos papéis de Tomas e Tereza. Nesse caso, fico devendo minha opinião para o filme. Tenho medo de não ter o envolvimento que tive com o livro e acabar perdendo o encantamento da história... Mas, se alguém assistir e achar que vale a pena, me avise depois! ;) 

"A história tão leve quanto a vida do indivíduo, insustentavelmente leve, leve como uma pluma, como uma poeira que voa, como uma coisa que vai desaparecer amanhã."

De uma sensibilidade sem fim!


domingo, 5 de abril de 2015

Sempre um bom presente!

Semana passada (31/03) foi meu aniversário! Tive tempo e vontade para pouca coisa além de preparar minha festa e ficar ansiosa com a data, já que simplesmente AMO fazer aniversário!!


Hoje sim, depois que tudo acalmou, depois que eu consegui arrumar a bagunça da casa e agradecer todo o carinho e os presentes recebidos, é hora de atualizar por aqui.



Entre lenços, brincos, colares e cartões, recebi de presente dois livros! Felicidade resume! Um deles, infelizmente eu já tinha e até já apareceu por aqui: Tomo conta do mundo - Conficções de uma psicanalista, da Diana Corso. Uma pena... 


O outro livro recebido se chama O homem é um grande faisão no mundo, da escritora e poeta romena Herta Müller. Em 2009, Herta ganhou o Prêmio Nobel de literatura. Curiosa pra descobrir o que se esconde por trás desse título...

De Herta Müller



ps: esse presente veio sem data e nem motivo. E são esses o que mais gosto! O que é literatura infantil é mais um livro da coleção Primeiro Passos da editora Brasiliense, escrito pela gaúcha Lígia Cadermatori. E achar tempo livre pra tanto livro? 




sexta-feira, 27 de março de 2015

Uma paixão puxa a outra!

Sempre gostei de livros. Ainda hoje lembro das minhas primeiras compras "adultas" na Feira do Livro de Porto Alegre (Florbela Espanca e Neruda entre elas. Preciso voltar a dar espaço à poesia nas minhas leituras...) 


Muito dessa paixão foi estimulada pelo meu pai. Minhas lembranças de infância remontam à ele lendo no sofá de casa, à estante cheia de livros e ao incentivo desde cedo com os gibis da Turma da Mônica e do tio Patinhas!! 



Pois bem, eu cresci e conheci meu namorado, que por sorte do destino (ou tem um dedo de Freud aí?) também é apaixonado por literatura e livros em geral. Mas mais do que isso, apaixonado por literatura russa... E aí não teve jeito! Fui aos poucos experimentando e quando vi, tinha eu também me seduzido pelas histórias e enredos dos livros, de Tolstói e Dostoiévski a Nabokov! 

E é justamente nele que quero chegar. Vladimir Nabokov, autor de um dos romances mais controversos da literatura. O livro foi escrito por Nabokov entre os anos de 1950 e 1953, mas foi só em 1958 que o romance foi publicado nos EUA, após várias recusas de editoras e revistas. 



Não é difícil se apaixonar pela história já nas primeiras linhas. A obra tem, na minha opinião, um dos inícios mais românticos, inspiradores e que mostra um pouco da obsessão do personagem principal, o professor Humbert pela personagem que dá título ao livro. 

"Lolita, luz da minha vida, fogo da minha carne. Minha alma, meu pecado. Lo-li-ta: a ponta da língua toca em três pontos consecutivos do palato para encostar, ao três, nos dentes. Lo. Li. Ta.
Ela era Lo, apenas Lo, pela manhã, um metro e quarenta e cinco de altura e um pé de meia só. Era Lola de calças compridas. Era Dolly na escola. Dolores na linha pontilhada. Mas nos meus braços sempre foi Lolita." 

Lindo, sim ou com certeza? 




Também no Netflix está disponível a versão do diretor Adrian Lyne (1997), com Jeremy Irons no papel de Humbert. No entanto, a primeira versão do cinema foi feita por Stanley Kubrick, em 1962. 


Filme dirigido por Stanley Kubrick. 
 
Filme de 1997, com
 Jeremy Irons. 




quarta-feira, 25 de março de 2015

No divã.

Ano passado tive a oportunidade de participar de um encontro com a psicanalista Diana Corso, aqui em Porto Alegre, encontro esse realizado pela escola na qual trabalho. Na ocasião, Diana estava lançando seu mais novo livro Tomo conta do mundo - Conficções de uma psicanalista.








O livro é um apanhado de crônicas da autora que foram coletados ao longo da sua trajetória como colunista em jornais e revistas. Os textos exploram temas atuais e cotidianos, alguns deles vividos pela própria Diana e outros por pessoas de sua convivência. No entanto, há algo em comum entre eles: o universo feminino.






"[...] Diana Corso explora o espaço feminino para tomar conta das inquietudes da vida e do que significa estar nesse mundo." 




Com uma super dedicatória! ;) 



É aquele tipo de leitura que nos faz parar um pouco a correria diária e olhar para si, refletir e se enxergar em algumas situações e pensamentos. Recomendo e muito! 

















Ps: Diana, junto com seu marido Mário Corso, é autora dos livros Fadas no Divã: psicanálise nas histórias infantis (2005) e Psicanálise na Terra do Nunca: ensaios sobre a fantasia, (2010) ambos da Editora Artmed.